Herdeiros e comunistas têm mais em comum do que imaginam.

A aversão que muitos comunistas declaram ter aos herdeiros contradiz a própria lógica que dizem defender.

O socialismo-comunismo parte de um princípio que é o oposto da meritocracia: a tomada — muitas vezes à força — dos bens de quem produziu ou acumulou, para distribuí-los a quem não produziu. É a defesa explícita do usufruto dos resultados do esforço alheio.

O herdeiro, via de regra, também vive dessa lógica: usufrui de patrimônio construído pelo trabalho e acúmulo de seus pais ou avós. Ou seja, no critério mais fundamental do comunismo — o de viver do que não produziu — herdeiros e comunistas ocupam o mesmo lugar.

A diferença é que o herdeiro recebe pela via privada e legítima da herança; o comunista quer que isso seja feito pela via da coerção estatal e da pilhagem organizada.

No fundo, a ideologia socialista-comunista não é movida por justiça ou por desejo genuíno de elevar os mais pobres. É movida por inveja destrutiva: aquela que não busca alcançar quem está à frente, mas sim puxar todos para baixo, nivelando por baixo — na miséria.

A verdadeira meta não é acabar com a desigualdade pela prosperidade de todos, mas sim pela ruína de todos, para que ninguém brilhe mais do que o coletivo. E, assim, todos ficam iguais — igualmente pobres, igualmente dependentes, igualmente submissos ao poder central.